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Foto do escritorDaniel Barreto de Melo

Genética e comportamento alimentar


Já que os últimos textos foram sobre esses temas, nada como fazer a conexão entre eles. O receptor da melanocortina 4 (MC4R) é uma molécula que está presente em neurônios e tem papel chave na regulação do balanço energético (relação entre gasto calórico e ingestão alimentar). Alguns tipos de mutações no gene do MC4R são responsáveis por causar obesidade severa tanto em roedores quanto em humanos, justamente por desregular o controle da fome/apetite, assim como o gasto energético do organismo. Como tais mutações são raras, elas não costumam ser alvos de intervenção de nutricionistas e outros profissionais da saúde. Contudo, polimorfismos (quase a mesma coisa que mutações) nesse gene são mais frequentes e têm recebido mais atenção. Por exemplo, o SNP rs17782313 (código referente ao polimorfismo) no gene do MC4R está associado a maior consumo calórico e também a um peso (IMC, na verdade) mais elevado. Assim, pessoas com esse polimorfismo têm maior benefício (e necessidade) do consumo de fibras, proteínas e boas gorduras tanto nas refeições principais quanto nos lanches intermediários. Polimorfismos em outros genes também estão relacionados ao aumento da fome e apetite, assim como ao metabolismo basal, e devem ser considerados na interpretação de um teste genético. O comportamento alimentar é diretamente influenciado por questões genéticas, mas isso não quer dizer que ele não possa ser modulado, modificado. A genética não muda, mas a forma como lidamos com ela sim. Referências: -Nature Neuroscience, v. 9, p.15–16, 2006. -Human Molecular Genetics, v. 17, n. 22, p. 3502-3508, 2008.

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