Quais alimentos podem trazer benefícios ou malefícios no contexto das doenças reumáticas autoimunes? Uma publicação feita na revista Nature em 2017 destacou que a curcumina, ômega-3, capsaicina, resveratrol e chocolate são componentes alimentares que apresentam efeito protetor, levando à diminuição na resposta inflamatória, proliferação e ativação de linfócitos T autorreativos, produção de autoanticorpos e o aumento de citocinas anti-inflamatórias, macrófagos anti-inflamatórios (M2), linfócitos T e B reguladores. De forma contrária, o consumo de sal (cloreto de sódio) esteve associado à potência maior dos linfócitos Th17, menor função de linfócitos T reg e aumento nas citocinas pró-inflamatórias; enquanto a ingestão de café foi mencionada como tendo um possível efeito favorável à produção do fator reumatoide.
Em outras palavras, consumir cúrcuma (açafrão-da-terra), pimenta [especialmente as vermelhas], peixes, nozes, chia, linhaça, chocolate, uvas, vinho tinto [com bastante moderação] com regularidade e limitar o consumo de sal e café podem ser estratégias nutricionais na prevenção e controle dos sintomas relacionados às doenças reumáticas autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, dentre outras.
Vale ressaltar que a maioria dos estudos utiliza a suplementação (altas doses) como forma de tratamento, o que pode gerar dúvidas quanto ao impacto do alimento na resposta imunológica. A grande reflexão é: várias pesquisas testam um único composto isolado e, portanto, o efeito terapêutico depende de grande quantidade deste. Contudo, pergunto-lhes quantos compostos estão presentes em um padrão alimentar saudável. Não se trata de um ou dois, mas de uma infinidade de fitoquímicos. Estes agem em conjunto e um potencializa a resposta do outro.
Referência
Nat Rev Rheumatol. 2017;13(6):348‐358.
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